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HPD 441 – Um pouco além do presente…

O tema deste hino é indicado pelo título “Jesus Cristo, esperança para o mundo”. As estrofes explicam o que isso significa para nós nos dias atuais.

1.- Hoje vivemos, no presente. Poucos passos além do presente já está o futuro. Para nós cristãos o futuro não é assustador, pois Jesus Cristo é a nossa esperança. Já nos tempos do Antigo Testamento Deus havia prometido que dias melhores virão com “gôzo e alegria” e que fugirão “tristeza e gemido” (Isaías 35,10; Isaías 51,11). E Jesus falou muitas vezes do Reino dos Céus (Marcos 1,15; 4,11.26.30; etc.) e contou parábolas que acentuam grande felicidade e alegre festa (Mateus 13,44-46; 22,1-14).

O estribilho, cantado após cada estrofe, é uma oração. Inicialmente pedimos “Venha teu Reino”, como Jesus havia ensinado no Pai Nosso. Depois repetimos a mesma prece com outras palavras: Rogamos pela “nova criação” que experimenta aquele que “está em Cristo” (II.Cor.5,17) e que o Senhor transforme a nossa espera em plena alegria.

2.- A segunda estrofe continua em forma de oração. Pedimos que se cumpra a promessa de “vida abundante” que Jesus fez em João 10,10b, pois esperamos que sua promessa seja como um botão que aponta para o desabrochar duma flor. – Nas três estrofes seguintes a palavra “esperança” é substituída por “saudade”, para acentuar que esperamos com certo pesar por algo que já existia e que perdemos.

3.- Perdemos o Jardim do Édem (Gênesis 2), onde tudo “era muito bom” (Gen.1,31), reinavam paz e justiça, não havia males, nem ódio, nem dores. (Veja também Salmo 85,10-13; Isaías 32,15-18).

4.- A quarta estrofe continua com este pensamento. Desejamos um mundo sem guerras causadores de separação, morte e violência (Isaías 2,4), e anelamos por bem-estar, inocência (Gen.2,25) e comunhão.

5.- Na mesma linha continua a quinta estrofe. Temos saudades de um mundo sem donos e sem oprimidos, pois “ao Senhor pertence a terra… o mundo e os que nele habitam” (Salmo 24,1), e Deus quer que todos tenham os mesmos direitos e deveres.

6.- Jesus comparou o Reino de Deus com uma semente (Marcos 4,26-29; Mateus 13,31-32), inicialmente oculta, mas que cresce e se desenvolve. A ressurreição de Cristo é a garantia da nova vida. Desde a Páscoa já raia a luz e ilumina o tempo presente. Por isso já podemos colocar sinais visíveis do Reino e celebrar a festa de vida nova.

Sílvio Meincke, o autor da letra deste hino (em 1983), é pastor da IECLB, aposentado. Ele escreveu a respeito: “Jesus Cristo, Esperança para o mundo” foi o tema que orientou a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) em 1984. Fiz um texto sobre o tema e enviei-o aos amigos Edmundo e João. Os dois, por algumas horas, esqueceram as suas plantações de pêssego e fizeram uma melodia que eu gostei muito. – As palavras esperar e esperança estão entre as que mais aparecem no Novo Testamento. Os cristãos esperam um novo mundo de paz e justiça e de vida plena. Já temos a preciosa semente desse novo mundo, porque Cristo já o fez irromper. Temos saudades e suspiramos pela plenitude do novo mundo. Ele está sempre um pouco além do presente, um pouco além das nossas capacidades humanas. Nenhuma obra humana, nenhuma instituição, nenhuma organização social é idêntica ao novo mundo. Mas os cristãos deixam se orientar, no presente, pelo novo mundo que está no futuro e já colocam sinais do que esperam. Assim, a esperança cristã é esperança ativa que cria áreas e edifica sinais do mundo que esperam.

André Magalhães Lopes de Aquino1 , católico romano, deu o seguinte depoimento a respeito do hino de Sílvio Meincke: Poderíamos, durante a comunhão cantarmos o canto Jesus Cristo, esperança do mundo dos luteranos S. Meincke, E. Reinhard e J. Gottinari. Sua letra é uma profecia que retoma a realidade dos tempos da Confederação das Tribos (cf. livro de Juizes), das primeiras comunidades (cf. At 4, 32-37), das aldeias indígenas e dos quilombos. Vejamos a quinta estrofe: Saudades de um mundo sem donos / Ausência de fortes e fracos / Derrota de todo o sistema / Que cria palácios, barracos. – Eis verdadeiras pérolas que devemos descobrir tanto nos meios católicos como nos protestantes.

Os autores da melodia (em 1982) são os músicos gaúchos Edmundo Reinhardt e João Gottinari. Eles usaram o gênero musical da milonga, um gênero característico da região do Rio da Plata, com repercussão no Rio Grande do Sul. Tem ritmo binário e andamento, em geral, lento, sendo cantada com acompanhamento de violão. O musicólogo argentino Carlos Veja afirma que a milonga é uma “ressonância tardia do Lundu”, dança de origem afro-negra trazida para o Brasil por escravos bantos da região de Angola e do Congo.
O Rio Grande do Sul adotou esta dança e deu conotações Riograndenses a esta dança, aonde a proximidade com a vaneira, originou a milonga dançada nos fandangos gaúchos, que difere da milonga Argentina, a milonga gaúcha é uma dança calma que por ter muitas influências do tango, possui giros lentos entre outros cortantes, lembrando os ganchos e sacadas do tango, todos estes enfeites são criados pela habilidade dos bailarinos. Em 1968 o conjunto Farroupilha gravou pela primeira vez uma milonga no RS, A Milonga do Bem Querer”.
O texto original é em Português, de Silvio Meincke. A tradução para o Inglês foi feita por Jaci Maraschin e Sonya Ingwersen; a tradução para o Espanhol por Pablo Sosa.

Fontes: Artigo “Música” em “Aconteceu no mundo evangélico” Ano V, nº 48 de Ago/Set.1986, encontrado em http://www.metodistavilaisabel.org.br/docs/Esperanca.pdf http://www.guapos.com.br/pt/dancas http://www.irmamiria.com.br/w_ir_noticia_completa.php?id=483&tipo=2

Nota:

1  André Magalhães Lopes de Aquino é um jovem católico, que cresceu na fé cantando desde o seu tempo de catequese. Trabalha na Pastoral do Crisma , na formação da juventude e participa da Equipe de Liturgia como orientador, na Paróquia São Judas Tadeu – Jabaquara, São Paulo.

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