Amadas e amados no Eterno!
Nesta manha, aqui em Berlim, recebemos este comunicado do falecimento do nosso irmão e companheiro na caminhada, Lindolfo. Nossa ala, movimentada porque metade do grupo se separava para viajar para a Polônia, parou por um instante. Mal podíamos acreditar no que nos contava uma das colegas.
O nome do Lindolfo surgia volta e meia entre nós e, ainda na quinta-feira, quando recebemos de presente anjinhos de madeira tocando instrumentos musicais, do diácono Cristian, como lembrança do Harz, havia alguns que tocavam gaita de boca e nos lembramos do Lindolfo e de sua habilidade com gaitas, acordeão e com a concertina!
Lindolfo, nosso irmão, conviveu muito conosco sobretudo nos últimos anos! Lembramos dele no encontro em Linhares em abril de 2009, no Encontro Geral no Albergue, em junho de 2010, e em tantos momentos em que nos encontramos como comunhão diaconal e como irmãos na caminhada!
Lindolfo sempre vinha acompanhado de sua esposa, fiel parceira de vida, Fridalina! Agradecemos a Deus por todas as oportunidades que tivemos de convívio e de comunhão! Fridalina continua sendo parte da nossa irmandade! Cleomar, membro da Comunhão-COD, eh uma extensão do que foi seu pai, pois carrega muitos princípios aprendidos com Lindolfo!
Lindolfo teve dias muito difíceis ultimamente, dias que pudemos acompanhar por meio de orações, notícias e visitas. Sua mente, – antes cheia de sons, música, sonhos, ideias inusitadas, como organizar um álbum sobre a história da fabricação da concertina, montar uma exposição em sua casa de moedas e papel-moeda brasileiros e de outros países, organizar um mural de fotos da sua história de vida como diácono, esposo, pai, avo, entre outros… – sua mente há varias semanas estava aturdida por zumbidos e chiados ininterruptos. A luta contra a doença foi debilitando este homem, antes vigoroso e forte, agora trêmulo e necessitando apoio físico.
Mas Lindolfo viveu algo precioso que ele mesmo expressou: o amor e a união de sua família ao seu redor como ele jamais experimentara antes! A doença que o acometeu transformou a estrutura familiar da família Raach e Lindolfo experimentou a bênção de ser um com sua família amada! Cada um dos seus seis filhos e das suas duas filhas acompanharam-no com amor, cuidado, orações e possibilidades de tempo e econômicas, bem como os genros e noras! Sua esposa esteve ao seu lado praticamente todo tempo, dialogando, recebendo e servindo as inúmeras visitas que Lindolfo recebia, atendendo telefonemas e encaminhando assuntos, providenciando a medicação e demais cuidados que ele necessitava. Os netos igualmente corujaram o avô e acompanhavam suas palavras, seu sorriso, suas brincadeiras e orientações!
Lindolfo partiu no tempo em que celebramos a Páscoa! Nas nossas comunidades, as igrejas ainda estão enfeitadas com paramentos brancos, lembrando-nos o que o versículo bíblico da senha diária nos diz hoje: Foi precisamente para este fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos. Rm 14.9
O branco pode e deve manter-se sobre nossas mesas da comunhão e nos púlpitos, muito mais em oficios de despedida, pois eh então que anunciamos a Páscoa de Cristo e a consequente fé que temos na ressurreiçao que aguardamos.
Confiamos Lindolfo aos cuidados de Deus! Que Deus abençoe sua saída deste mundo e desta vida, e sua entrada nesta etapa, da qual sabemos muito pouco, no entanto, o suficiente: que Deus esta lá e Lindolfo está aos cuidados de Deus, que o amou desde que Lindolfo foi gerado, e o acompanhou em toda sua historia de vida!
O lema desta semana fala do Bom Pastor que conhece a voz de suas ovelhas, e elas, conhecem a voz do Bom Pastor! Lindolfo não foi para um lugar estranho e nem para os cuidados de um estranho. Voz tem a ver com som, com ouvido, com música! Lindolfo foi para quem o conhece bem e a voz que lá ouvirá, ele conhece muito bem! Ele está em casa!
Aos familiares, nosso abraço solidário e querido! Contem conosco!
Pela Comunhão Diaconal – COD,
vossa,
Sissi Georg